TINHA!
Porque ela(s) já se fo(ram)i!
Devido as oscilações hormonais da gravidez, eu desenvolvi o tal do “cálculo biliar” popularmente conhecido como pedras na vesícula. Muita gente tem as tais pedras e não apresenta crises. No entando, principalmente entre a população feminina, as crises são muito comuns. E elas acontecem normalmente quando a pessoa ingere algum alimento que contenha muita (nem precisa ser muita!) gordura. Pois a vesícula tenta mandar a bile para o duodeno para emulsificar essa gordura e a pedrinha está ali no ducto trancando a liberação da bile, o que faz a vesícula inchar e pressionar o estômago. Isso gera uma desconforto que eu chamaria de uma p*ta dor no estômago em forma de pressão que se irradia para as costas, tudo isso acompanhado de muita náusea.
Tive minha primeira crise 3 semanas antes da Lauren nascer e a segunda 3 dias antes, mas como eu estava daquele tamanhão e tinha ela pressionando meu estômago com sua cabecinha, achei que fosse tudo coisa do último mês de gravidez. Tive mais uma crise 1 semana depois dela nascer, achei que fosse gastrite, fui levando. Na quarta crise, um dia antes de minha mãe voltar pro Brasil, fui parar na emergência do hospital (de ambulância e tudo!) e depois de uma série de exames, ficou confirmado o cálculo biliar.
[ Neste dia, só tinha leite congelado pra uma mamada, então levei a bombinha pro hospital, coletei o leite lá e Juan trouxe pra casa pra minha mãe dar pra ela na mamadeira. Mas no fim, nem precisou porque fiquei na emergência por 4 horas apenas]
Como eu estou amamentando, não poderia tomar nenhum narcótico ( morfina e suas irmãzinhas) para aquela dor terrível. Tive que me virar com um analgésico mais fraquinho mesmo. E segundo o médico, se eu quisesse evitar as crises até que fizesse a cirurgia para retirada da vesícula, não poderia mais comer gorduras.
Meus planos eram esperar até que ela completasse 6 meses e eu não estivesse mais amamentando, mas mesmo evitando gorduras, continuei tendo crises, praticamente uma por semana. Assim que a crise começava eu tomava o analgésico e esperava a dor passar ( levava de 30min a 1 hr pra passar com o medicamento). Ainda que eu soubesse como “tratar”, aquilo não era vida. Meu cardápio tinha se resumido a frango grelhado, presunto, pão integral, frutas e verduras. Saudável até, han?
Pesamos os prós e contras e decidimos que eu faria a cirurgia. Por mim, pelo Juan e pela Lauren. Corri o risco do leite secar e estressei um pouco a nossa bonequinha. Mas ela merecia uma mãe bem nutrida, sem dores, sem o medo da próxima crise, uma mãe por inteiro!
Começamos a nos preparar no início de dezembro pra cirurgia. A sogra veio do Brazil para ajudar. O primeiro desafio era fazer a Lauren pegar a mamadeira pra poder tomar do meu leite (que eu tirava toda noite e congelava) na mamadeira naquelas 24 horas em que eu estaria hospitalizada.
Tentamos diversas mamadeiras, a da tommee tippee tinha sido a mais aceita mas no dia da cirurgia acabou preferindo a da breastflow.
Achamos que seria mais fácil viu?! oooo dureza! Tentamos tudo que o google sugeriu, que o pediatra sugeriu, que as vovós sugeriram. Ela chegou a mamar umas duas vezes, pouca coisa, o que estava nos preocupando, pois era véspera da cirurgia e ela não queria pegar a mamadeira. Se ela não pegasse no dia da cirurgia, o jeito seria dar na seringa mesmo, de pouquinho em pouquinho…pensa no estresse!
Mamãe vai ali e já volta 😦
Dia 18 de manhã, acordei e fui! Com o coração na mão! Sabia que ela estaria bem cuidada porque o papai é o mais dedicado e tinha a vovó aqui para dar um help também. Mas mesmo assim, fui com lágrimas nos olhos, mãe é mãe né?! A gente nunca tinha ficado longe uma da outra por tanto tempo desde janeiro de 2013.
Lauren chorou um pouco, passou fome por umas 4-5 horas mas quando viu que não ia ter jeito, tinha que mamar na mamadeira , mamou! Papai preparou o mamá um pouco mais quentinho que a tal temperatura ambiente que sugerem. E deitadinha no colinho da vovó Cília ela se rendeu à mamadeira. Contando assim parece que foi tudo lindo. Mas foram 24 horas bem estressantes pra todos nós. Tanto que alguns dias depois os 3 estávamos resfriados. Stress jogou a nossa imunidade lá pra baixo.
Mamando no dia da cirurgia
Correu tudo bem na cirurgia. O pós operatório é meio chatinho mas consegui suportar a dor que dura uns 4 dias, tomando apenas paracetamol. Só precisei ficar as 24 hrs mesmo sem amamentar por causa da anestesia geral que ainda estaria no organismo. E no dia 19 à uma da tarde eu já estava amamentando novamente. Lembram que eu disse que é um saco amamentar? To achando uma bênção divina! Agradeço a Deus todo dia (sério!) por ser capaz de produzir esse alimento tão precioso pra minha bonequinha.
Como é a vida sem a vesícula e as 15 pedras? (sim! 15!)
Normal… tenho comido de tudo um pouco… bem… to indo devagar nas gorduras mas também nem faço questão delas.
Marido me comprou umas pedras substitutas para que eu nao sentisse um vazio tão grande
Foi muito bom estar ai e poder ajudar um pouquinho nesta primeira pedrinha na vida da Lauren.
E Cecilia eu fiquei mais tranquila por voce estar ai e ajudar minha filha e teu filho com a Lauren.E Dani eu estava ai com voce em pensamento e oracoes.te amo que bom que tudo deu certo!